A Seleção Brasileira Feminina Sub-17 viveu um capítulo histórico — e doloroso — nesta terça-feira (5). Pela primeira vez na história, o Brasil chegou à semifinal da Copa do Mundo da categoria, mas acabou derrotado por 2 a 0 pela Coreia do Norte, no Estádio Olímpico de Rabat, no Marrocos. A derrota encerrou o sonho inédito da vaga na final, mas confirmou a evolução da base feminina brasileira em competições internacionais.
O jogo: um início equilibrado e um desfecho amargo
O confronto começou intenso e equilibrado. Logo aos dois minutos, a goleira Ana Morganti, destaque da competição, precisou trabalhar para evitar o primeiro gol das norte-coreanas. O Brasil respondeu rápido: aos cinco minutos, Kaylane, camisa 10 e referência técnica da equipe, ficou livre na área e finalizou com perigo, vendo a bola passar rente à trave.
O jogo seguiu com alternância de ataques até que, aos 37 minutos, um lance polêmico mudou completamente o rumo da partida. Após boa defesa de Ana Morganti, a bola sobrou na área e acertou a mão da defensora brasileira Rebeca, o que levou ao desafio e a chamar a árbitra para revisão. A penalidade foi confirmada e, para piorar, a brasileira recebeu cartão vermelho direto, deixando a equipe com uma jogadora a menos.
Na cobrança, Jong Hyang abriu o placar para a Coreia do Norte aos 45 minutos do primeiro tempo, com precisão e frieza. O gol desestabilizou emocionalmente a equipe brasileira, que foi para o intervalo em desvantagem e com dez atletas em campo.
Na volta do segundo tempo, o cenário ficou ainda mais complicado. A Coreia manteve a posse de bola e ampliou o placar logo aos cinco minutos, novamente com Jong Hyang, que marcou seu segundo gol no jogo. Com o 2 a 0 contra e um atleta a menos, o Brasil tentou reagir, mas não conseguiu furar a sólida defesa adversária. A melhor chance veio já nos acréscimos, quando Ravena arriscou de fora da área, obrigando a goleira Ri Song Ok a fazer boa defesa.

Orgulho e aprendizado: uma campanha histórica
Apesar da derrota, a trajetória brasileira nesta Copa do Mundo é motivo de orgulho. A equipe comandada por Simone Jatobá alcançou, pela primeira vez, as semifinais do torneio, um feito inédito para o futebol feminino de base no país.
Durante a campanha, o Brasil apresentou futebol ofensivo, técnica refinada e boa capacidade tática. Foram vitórias expressivas na fase de grupos e uma atuação sólida nas quartas de final contra a Alemanha, o que reforçou a confiança do grupo e chamou atenção do público internacional.
A goleira Ana Morganti, do Corinthians, foi um dos grandes nomes da competição, com atuações seguras e defesas espetaculares, sendo eleita diversas vezes o destaque das partidas. O meio-campo liderado por Kaylane e Lara também mostrou maturidade, enquanto o ataque, com Ravena e Aline, exibiu velocidade e criatividade.
O que vem pela frente
Mesmo com a eliminação, o Brasil ainda tem mais um compromisso. A equipe disputará o terceiro lugar da Copa do Mundo Sub-17 no próximo sábado (9), às 12h30 (horário de Brasília), contra a seleção perdedora da outra semifinal entre México e Holanda.
A Coreia do Norte, por sua vez, avança para a grande final e vai em busca do tricampeonato mundial da categoria, o país já foi campeão em 2008 e 2016.
Deixe seu comentário