Quando o Palmeiras anunciou o seu retorno ao futebol feminino em 2019, ainda que em um formato não tão adequado, acreditei que estávamos dando mais um grande passo para fortalecer a liga e engrandecer o futebol nacional.
Essa coisa de vários “clubes de camisa” se destacando e investindo no futebol feminino, apesar de ser novidade, faz bastante diferença para o desenvolvimento do esporte.
E o Palmeiras, naquele momento, ressurgia como uma grande promessa.
Ao contratar Stefany Krebs, a primeira atleta surda da história do futebol feminino, que por sinal, foi eleita em 2020 a melhor jogadora do mundial de futsal de surdos, o Palmeiras prometia fazer a diferença e deixar um legado.
Ao reforçar a equipe com um time mais competitivo, trazendo estrelas como Bia Zaneratto, reforços como Júlia Bianchi e Bruna Calderan, por exemplo, o Palmeiras prometia ser um dos melhores.
E ao eleger a primeira mulher presidente de um clube de futebol brasileiro, o Palmeiras prometia fazer história com representatividade.
Ah, Palmeiras! Eu achava que você seria diferente de outros clubes.
Talvez parecido com a Ferroviária, que saiu do interior de Araraquara/SP para se tornar uma das equipes mais vencedoras do país, dentro e fora de campo.
Ou quem sabe como o Avaí-Kindermann, que mesmo em meio a tantos problemas (e haja problemas), sobrevive ao tempo, às crises e tenta se manter com o legado e embalado na paixão dos torcedores de Caçador-SC.
Semelhante até ao seu arquirrival Corinthians, que desde 2017 abraçou um projeto independente de futebol feminino, e é hoje a equipe mais vencedora da América Latina.
Mas, parece que você escolheu outro lado. Daqueles que acham que futebol feminino é apenas um gasto. Dos que viram as costas para as bandeiras que ousam levantar, mas sequer a colocam em prática. E dos que simplesmente ignoram denúncias tão sérias, de imenso descaso e preconceito.
É uma pena, Palmeiras, que para aqueles, especialmente aquela que mais queria te ouvir, você respondeu com o silêncio.
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