Carta aberta à Marta: que o adeus seja um até breve

Por Janayna Moradillo e Vitória Soares

Ainda estamos de luto. Afinal, não precisava ser assim. Não foi esse o desfecho da história que você esculpiu durante 20 anos.

Reprodução/Fifa

Quando você desabafou “Chorar no começo para sorrir no fim”, naquela doída eliminação diante da França na Copa de 2019, esperávamos sorrir agora, em 2023, e não chorar. Um choro que tem um misto de tristeza e decepção, mas que também é de gratidão por tudo que você fez.

É difícil aceitar que não teremos uma Marta dentro de campo para sempre. Suas jogadas imprevisíveis, gols (e muitos, só em Copas foram 17), habilidade e inteligência vão fazer falta na maior competição do mundo em que você se tornou a maior.

É até clichê dizer, mas a sua alegria, garra e humildade serão eternos e vão continuar inspirando tantas outras meninas e mulheres que queiram estar no futebol, seja dentro ou fora de campo.

Uma das tantas provas disso é o abraço e a conversa com a atacante jamaicana Khadija Shaw. Mesmo vivendo a dor da eliminação e do adeus, você parecia reconhecer o talento e a força da Shaw que demonstrava a gratidão e felicidade de jogar com a maior de todos os tempos que com certeza a inspirou. 

Shaw e Marta se cumprimentando no pós jogo

A gratidão da Shaw também é de várias jogadoras do mundo que puderam ver, jogar e enfrentar a rainha do futebol. Nas redes sociais, Megan Rapinoe, Zecira Musovic, Alexia Putellas, Sydney Lohmann, Deyna Castellanos e Megan Oyster foram algumas estrelas que demonstraram gratidão pela nossa camisa 10. 

Tudo o que você e outras pioneiras fizeram nesses anos pelo futebol feminino deram a oportunidade para que várias pudessem ter um começo. 

De Alagoas, do Nordeste e do Brasil para o mundo. A despedida foi melancólica, mas o reencontro será alegre. Obrigada por tanto e até breve, Rainha.

Como diz uma música interpretada pelo grupo Revelação: 

Não se preocupe! ‘Nós iremos achar o tom, um acorde com o lindo som e fazer com que fique bom outra vez. […] Nós iremos até Paris, arrasar no Olimpia! O show tem que continuar’. 

Diretamente da Bahêa, filha de Iemanjá e jornalista esportiva em ascensão. Faço do futebol meu carnaval em tempo integral. Leonina, simpatizante das câmeras, curto um pagodinho e samba de roda. Estou sempre praticando e falando de esportes. Ou trabalhando, mas não necessariamente com esportes. Ah, eu simplesmente não tenho ideia de como relaxar!
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