Corinthians lidera ranking de clubes que mais lucraram com vendas no futebol feminino

O mercado de transferências do futebol feminino brasileiro vive um momento histórico. Negociações que antes eram raras e de valores simbólicos, agora movimentam cifras milionárias e começam a consolidar um novo cenário para os clubes formadores e de maior investimento no país. Um levantamento das principais vendas revela quais equipes mais lucraram com a saída de atletas para o exterior.

Corinthians lidera com folga

O Corinthians aparece como o clube que mais arrecadou até agora com transferências internacionais no futebol feminino. Somando as saídas de Tarciane (R$ 2,59 milhões para o Houston Dash, dos EUA), Yaya (R$ 941 mil para o Paris Saint-Germain, da França) Adriana, (R$ 513 mil para o Orlando Pride, dos EUA) e Dani Arias (R$ 855 mil para o San Diego Wave, dos EUA), o clube alvinegro atingiu a marca de R$ 4,89 milhões em negociações.

O número não apenas coloca o Corinthians no topo do ranking, mas também mostra a força de sua base e o potencial de valorização de suas jogadoras no cenário internacional.

Cruzeiro cresce e já é destaque

O Cruzeiro, que recentemente intensificou o investimento em sua equipe feminina, já aparece em segundo lugar no levantamento. Com as vendas de Isa Chagas (R$ 2 milhões para o PSG) e Rebeca (R$ 1,05 milhão para o Houston Dash), o clube mineiro chegou a R$ 3,05 milhões em receitas.

Além da relevância esportiva, a entrada do Cruzeiro nesse mercado demonstra como novas equipes começam a disputar espaço com os tradicionais formadores do país.

Foto: Gustavo Martins/ Cruzeiro

Internacional quebra recorde histórico

O Internacional ocupa a terceira colocação com a maior venda individual da história do futebol feminino no Brasil: a saída de Priscila, negociada por R$ 2,8 milhões com o América do México. Embora o clube gaúcho não apareça no topo em termos de volume total, o feito estabelece uma nova referência para o mercado.

Foto: Staff Images/Conmebol

Grêmio e Ferroviária mantêm tradição de formar talentos

Na sequência, surgem Grêmio e Ferroviária, ambos conhecidos pelo trabalho consistente de base no futebol feminino. O tricolor gaúcho aparece com a negociação da goleira Lorena para o Kansas City Current (R$ 1,2 milhão), enquanto a equipe de Araraquara negociou a atacante Aline Gomes com o North Carolina Courage (R$ 1,08 milhão).

Foto: Thais Magalhães/CBF

Ranking dos clubes que mais lucraram

  1. Corinthians – R$ 4,89 milhões
  2. Cruzeiro – R$ 3,05 milhões
  3. Internacional – R$ 2,8 milhões
  4. Grêmio – R$ 1,2 milhão
  5. Ferroviária – R$ 1,08 milhão

Um mercado em expansão

As cifras movimentadas em menos de dois anos revelam uma tendência: o futebol feminino brasileiro entrou de vez no radar de clubes da Europa, dos Estados Unidos e até do México. Ao mesmo tempo, os valores arrecadados mostram que os clubes brasileiros já começam a ver retorno financeiro direto do investimento na modalidade.

Se até pouco tempo as grandes jogadoras saíam do país sem custos ou por valores simbólicos, agora as negociações milionárias dão sinais de profissionalização e maior reconhecimento do talento brasileiro. O cenário é de crescimento — e os clubes que estruturarem melhor seus projetos tendem a colher frutos não apenas esportivos, mas também financeiros.

Jornalista formada, apaixonada por boas histórias, cadernos bonitos e esportes desde sempre. Gosto de observar o que está fora do foco principal, escutar com atenção e transformar isso em texto. Sou do interior de São Paulo, moro em Londrina e encontrei na escrita uma forma de estar perto do que me move — seja dentro de um campo ou nas entrelinhas do cotidiano. No tempo livre, vivo nas redes sociais, faço artesanato, assisto a alguma série que já vi antes e penso em novas formas de contar o mundo com afeto e criatividade.
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