A Copa do Mundo Feminina 2023 já começou. Com mais visibilidade, mais investimento e mais mudanças, essa é a maior Copa da história, com 32 seleções. Mas esses degraus que o futebol feminino subiu foi reflexo do que aconteceu em 2019. O boom na audiência pelo mundo e nas boas partidas apresentadas despertaram o interesse do público e de grandes marcas.
Audiências recordes
Em 2019, o mundial teve quebra de recordes em alguns países. Na África, por exemplo, houve uma crescimento de mais de 500% de telespectadores em relação à edição anterior, em 2015.
De acordo com a FIFA, mais de 1,2 bilhão de pessoas acompanharam os jogos ao redor do mundo. A final entre Estados Unidos e Holanda teve mais de 82 milhões de telespectadores, um número 56% maior do que a finalíssima no Canadá, em 2015.
O Brasil infelizmente ficou nas oitavas de final, mas em um jogo disputado contra a França, 60,7 milhões de brasileiros estavam ligados e na torcida. Essa foi a segunda maior audiência da Copa do Mundo Feminina naquele ano.
Esses números influenciaram na cobertura deste ano. São, ao menos, três formas distintas de acompanhar os jogos. A Fifa conseguiu vender todas as cotas de patrocínios para o mundial 2023.
Recordes em campo
Não foi só no número de espectadores que os recordes foram quebrados. Em campo, jogadoras fizeram ainda mais história. Marta, por exemplo, disputou a quinta edição de Copa do Mundo. Ela marcou duas vezes e tornou a maior artilheira de mundiais – entre homens e mulheres -, com 17 gols.
Os Estados Unidos foram os campeões, mantendo a hegemonia, com quatro troféus. Foi a primeira seleção a conquistar um título com 100% de aproveitamento: sete jogos, sete vitórias.
As americanas aplicaram a maior goleada em copas na vitória por 13 a 0 contra a Tailândia. Alex Morgan marcou cinco vezes e é a única jogadora com essa marca em mundiais.
Por fim, foi a primeira vez em que duas seleções africanas conseguiram a classificação para as oitavas de final na mesma edição. Nigéria, no grupo A, e Camarões, no grupo E, conquistaram a vaga como as terceiras melhores colocadas, com três pontos cada.
Caminho do Brasil
Durante o mês, o Fut das Minas mostrou como foi o caminho do Brasil em cada edição da Copa do Mundo, mas foi em 2019 que tudo também mudou na forma como a CBF tratava a categoria.
A Seleção Brasileira chegou àquela Copa do Mundo com nove derrotas no ciclo de preparação. Na primeira fase, o Brasil estava no grupo C, junto com Itália, Austrália e Jamaica. Foram duas vitórias, contra as jamaicanas e italianas, e uma derrota.
A classificação foi por ter sido uma das melhores terceiras colocadas, com seis pontos. Foi então que a seleção enfrentou a França nas oitavas de final. Foi um jogo muito duro e disputado. No tempo normal, o placar foi 1 a 1, mas nos últimos minutos da prorrogação, a seleção não suportou a pressão e acabou sofrendo a virada: 2 a 1 e uma eliminação melancólica, mas com gosto de mudança.
Dias após aquele jogo, a CBF demitiu o Vadão, então treinador, e contratou Pia Sundhage e a comissão. Foi aí que o projeto para o futebol feminino brasileiro começou a nascer. Surgiram categorias de base, melhorias nos campeonatos nacionais e mais investimentos na categoria.
Agora é hora de saber qual o tamanho da mudança e como foi a evolução nos últimos quatro anos.
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