Chegou ao fim a 9ª edição da Copa do Mundo Feminina. Ao longo de um mês na Oceania, 32 nações escreveram novos capítulos na história do Futebol Feminino.
Desde seu início, a Copa de 2023 foi marcada por ineditismos. Sendo sediada pela primeira vez em dois países, além da novidade de contar com 32 equipes, o Mundial já prometia ser histórico. Não à toa, diversos momentos marcaram a maior edição da competição até aqui.
O Fut das Minas relembra a seguir algum desses momentos.
Copa de “zebras”?
Apenas 4 times foram eliminados do torneio sem pontuar. Mesmo com o aumento no número de seleções para 32, o número de equipes zeradas caiu em comparação a 2019, quando 5 seleções não conseguiram pontuar.
Logo no jogo de estreia do Mundial, a seleção da Nova Zelândia, uma das anfitriãs, conquistou sua primeira vitória em seis edições do torneio logo no jogo de estreia do Mundial.
Estreantes no torneio de 2023, as seleções das Filipinas, Marrocos, Portugal e Zâmbia conquistaram suas primeiras vitórias no campeonato.
Além disso, pela primeira vez na história, três seleções africanas avançaram para a fase do mata-mata.
Para finalizar com chave de ouro, tivemos uma final inédita disputada entre Inglaterra e Espanha.
É como o famoso dizer: não tem mais bobo no futebol.
Copa dos recordes
Um total de 1.978.274 pessoas passaram pelos estádios da Austrália e da Nova Zelândia ao longo de todo o Mundial.
Nos países-sede a mobilização fora dos estádios também foi grande. Os espaços do Fifa Fan Festival receberam 770 mil pessoas.
Do outro lado do mundo, no Brasil, a audiência dos jogos da Copa do Mundo foi pesada. Com o streaming se destacando, a Cazé TV, canal do streamer Casimiro que transmitiu todos os 64 jogos da Copa, conquistou mais de 69 milhões de visualizações no YouTube ao longo da competição.
Na TV, a Globo divulgou que o Mundial feminino foi visto por 63,2 milhões de brasileiros, considerando o canal aberto e o SporTV.
Além disso, conforme informações da FIFA, a Copa do Mundo feminina de 2023 foi acompanhada por 2 bilhões de pessoas ao redor de todo o mundo. Sucesso!
As decepções…
Nem todo mundo fez história num bom sentido. Brasil, Canadá, Alemanha e Estados Unidos disputam pelo maior “papelão” na Copa de 2023.
A Seleção Brasileira teve seu pior resultado desde 1995, sendo eliminado do Mundial ainda na fase de grupos. Com uma vitória sobre o Panamá e uma derrota para a França, o Brasil viu sua trajetória acabar na última rodada da primeira fase após um empate sem gols com a Jamaica.
Atuais campeãs olímpicas, as canadenses também voltaram para a casa mais cedo. Da mesma forma que o Brasil, o Canadá caiu ainda na fase de grupos.
Assim, na Copa dos ineditismos, a Alemanha também não escapou. Pela primeira vez na história da Copa do Mundo feminina, as alemãs não avançaram ao mata-mata.
Tetracampeãs, até então atuais bicampeãs, a seleção dos Estados Unidos chegou sonhando com mais uma taça. Mas com atuações abaixo do esperado, os Estados Unidos passaram da fase de grupos no sufoco e pararam logo em seguida, eliminadas nas oitavas de final pela primeira vez na sua história.
Em disputa de pênaltis emocionante, o VAR precisou entrar em ação para confirmar no detalhe a derrota das estadunidenses para a Suécia. Por milímetros, literalmente.
The last dances
Grandes nomes da modalidade passaram pelo maior palco do futebol pela última vez.
Marcadas na história do futebol feminino mundial, Marta, Christine Sinclair e Onome Ebi, participaram de uma Copa do Mundo pela sexta e última vez.
Marta e Sinclair se despediram com um gosto amargo. Uma das duas poderia ter se tornado a primeira atleta — entre homens e mulheres — a marcar ao menos um gol em seis diferentes edições de Mundiais. No entanto, ambas foram presenteadas com a eliminação de suas seleções na fase de grupos.
Sinclair ainda teve o desfortúnio de perder um pênalti no primeiro jogo do Canadá, contra a Nigéria. A goleira Nnadozie salvou o gol que poderia ter dado a vitória para as canadenses, ou ter coroado o recorde de Christine.
Já Marta, foi embora do Mundial sendo a maior artilheira da história das Copas do Mundo, com 17 gols.
Da mesma forma, outras grandes lendas, como Megan Rapinoe, Wendie Renard, Saki Kumagai e Stefanie van der Gragt também anunciaram que fizeram suas últimas Copas.
Muito mais que futebol
Pela primeira vez na história da Copa do Mundo feminina, uma jogadora entrou em campo usando hijab.
A zagueira Nouhaila Benzina, do Marrocos, se tornou a primeira a usar a vestimenta da cultura muçulmana dentro de campo por uma partida do Mundial.
A estrela espanhola
Na grande final, a Espanha venceu a Inglaterra por 1 a 0 em Sydney, na Austrália, e conquistou a Copa do Mundo feminina de 2023, seu primeiro título Mundial.
Com passe de Mariona Caldentey, Olga Carmona, aos 29 minutos, marcou o gol que faria a Seleção Espanhola entrar para a eternidade.
Hermoso teve a chance de ampliar a vantagem, mas bateu mal o pênalti e Mary Earps defendeu.
Brilha a primeira estrela da camisa espanhola.
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