Há 28 anos, no dia 21 de julho de 1996, Alemanha e Japão entravam para a história ao realizar o primeiro jogo de futebol feminino em uma edição de Jogos Olímpicos. Apesar de inovador, o feito só aconteceu nos Jogos de Atlanta, Estados Unidos, 100 anos depois da primeira edição de olimpíada na era Moderna, em 1896.
A decisão havia sido tomada três anos antes, em 1993, durante o encontro do Comitê Executivo da Federação Internacional de Futebol (FIFA), em Mônaco, e colocou fim a quase um século de desigualdade em relação à categoria masculina. O futebol de homens foi introduzido como esporte olímpico em 1900, nos Jogos Olímpicos de Paris, e esteve presente desde então, exceto nas edições de 1896 e 1932.
Estreia nos Jogos Olímpicos
Em sua estreia olímpica, o futebol de mulheres contou com oito seleções, divididas em dois grupos, E e F (pois os A, B, C e D foram destinados para o masculino), com quatro times. Na chave estavam China, que foi sede da primeira Copa do Mundo em 1991, Estados Unidos, primeiro campeão mundial e sede dos Jogos, Suécia e Dinamarca. A seleção brasileira estava no Grupo F, ao lado de Noruega, campeã mundial um ano antes, em 1995, Alemanha, vice-campeã mundial em 1995 e Japão.
As anfitriãs eram favoritas e conquistaram a medalha de ouro. A seleção dos Estados Unidos disputou a final contra a China, que havia eliminado o Brasil nas semifinais. Diante de 76 mil torcedores, no Sanford Stadium, na Geórgia, os EUA venceram por 2 a 1, com gols de Shannon MacMillan e Tiffany Milbrett. Sun Wen fez o único das chinesas na decisão. Com grandes nomes como Mia Hamm, Kristine Lilly, Julie Foudy, Brandi Chastain e Joy Fawcet, a equipe americana venceu o primeiro dos quatro ouros que ainda ganharia, em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012.
Campanha do Brasil
O cenário do futebol feminino nacional não era favorável. As atletas brasileiras chegaram à Atalanta com poucos incentivos e sem nenhum tipo de favoritismo. Comandada pelo treinador Zé Duarte, a equipe contava com a capitã Sissi e nomes como Meg; Nenê, Tânia Maranhão, Elane e Fanta; Márcia Taffarel e Formiga; Pretinha, Roseli e Kátia Cilene. Suzy, Marisa, Didi, Nildinha, Leda Maria, Marileia dos Santos e Sônia. Mesmo sem incentivo, o time conseguiu fazer história e terminou sua primeira olimpíada em quarto lugar, além de ter Pretinha como uma das artilheiras do torneio, com quatro gols.
Na estreia, as brasileiras empataram por 2 a 2 com a Noruega, campeã do mundo da época. No jogo, Pretinha fez os dois gols do Brasil e Medalen e Aarones marcaram para as europeias. O segundo desafio foi contra o Japão e a equipe amarelinha venceu por 2 a 0, com gols de Kátia Cilene e Pretinha. No terceiro e último jogo da fase de grupos, a equipe empatou em 1 a 1 com a Alemanha. As europeias abriram o placar com Pia Wunderlich e Sissi empatou para o Brasil.
Na semifinal, a China foi a adversária. As asiáticas começaram na frente, com Sun Qingmei, mas o Brasil conseguiu virar com Roseli e Pretinha. Porém, o destino seria outro, Wei Haiying fez dois gols para a China e eliminou as brasileiras. Na disputa do bronze, a Noruega foi novamente a adversária, mas dessa vez levou a melhor e venceu por dois gols de Aarones.
Apesar de não conquistar uma medalha, a campanha do Brasil em 1996 foi um marco importante para o futebol feminino no país, pois demonstrou o potencial da equipe em competições internacionais e ajudou a aumentar a visibilidade do esporte. Com atletas pioneiras, o feito impulsionou nomes que iriam surgir e conquistar duas pratas nas edições de Atenas 2004 e Pequim 2008.
Paris 2024
Em sua oitava participação nos Jogos de Paris 2024, o futebol feminino vai estrear no dia 25 de julho. O Brasil estreia na próxima quinta-feira, pelo Grupo C, às 14h, contra a Nigéria, em Bordeaux.
O segundo desafio será contra o Japão, dia 28, em Paris. No último jogo da fase de grupos, enfrenta a Espanha, dia 31, novamente em Bordeaux. Esta edição conta com 12 equipes, divididas em três Grupos. O A com França, Canadá, Colômbia e Nova Zelândia, e o B com Austrália, Alemanha, Estados Unidos e Zâmbia.
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