Copa do Mundo de 2023 marca a primeira participação de oito seleções no torneio; conheça as estreantes

Cada vez mais próxima, a Copa do Mundo Feminina de 2023 chega registrando vários ineditismos. Será a primeira vez que o torneio é sediado em dois países, primeira vez sediado por duas confederações distintas (uma vez que a Austrália pertence à confederação asiática), primeira vez que o Mundial Feminino acontece no hemisfério sul, e a principal mudança, será a estreia do torneio com 32 seleções participantes.

A ampliação do número de seleções a disputar a Copa do Mundo Feminina visa dar a oportunidade de mais nações serem representadas no palco do principal torneio da modalidade. Assim, a expansão do formato colhe seus primeiros frutos já na primeira edição com a mudança implementada. Serão oito seleções a estrearem no Mundial da Oceania, ou seja, um quarto das participantes são novatas.

Filipinas, Haiti, Irlanda, Marrocos, Panamá, Portugal, Vietnã e Zâmbia, se unem, lado a lado, a multicampeãs, como Estados Unidos e Alemanha, e seleções veteranas, como o Brasil, na ocasião de continuar escrevendo novos capítulos da história do futebol feminino de suas nações.

Confira a seguir como as oito seleções se chegaram até aqui e quem serão seus adversários na Copa.

Filipinas

Foto: AFC

Pela primeira vez as Filipinas serão representadas no maior palco do futebol mundial, uma Copa do Mundo. Até então, o país nunca esteve representado em um torneio desse naipe, independentemente da categoria. 

Em 2018, o sexto lugar filipino na Copa da Ásia já dava sinais do que estava por vir. Na crescente da modalidade no país, em 2022, as comandadas pelo experiente técnico australiano Alen Stajcic, entraram para a história ao garantir a vaga direta no Mundial após alcançar as semifinais da Copa da Ásia. 

Agora, as filipinas terão pela frente o Grupo A composto por Noruega, Suíça, e uma das anfitriãs, Nova Zelândia. 

Haiti

Foto: FIFA

Só 49 anos após uma seleção haitiana fazer sua primeira e única aparição em uma Copa do Mundo que o país caribenho volta a ser representado no torneio, mas dessa vez pela seleção feminina. 

A nação, que até então, nunca participou de uma Copa do Mundo ou Olimpíadas, ficou perto de seu primeiro grande torneio ao terminar no terceiro lugar de seu grupo no campeonato da Concacaf, garantindo uma vaga na repescagem do Mundial. Na disputa do classificatório, o Haiti superou o Chile em um disputado 2×1, conquistando seu espaço na Copa.

Sob o protagonismo da jovem Melchie Dumornay, que no jogo da classificação marcou os dois gols caribenhos e já está acertada com o Lyon, a geração haitiana faz sua estreia pela fase de grupos do Mundial enfrentando uma das favoritas ao título, a Inglaterra. Além da atual campeã europeia, a seleção do Haiti também encarará a Dinamarca e a China.

Irlanda

Foto: FIFA

Após ter batido na trave nas últimas três eliminatórias, finalmente chegou o momento das Irlandesas estarem na Copa do Mundo.  

Lideradas pela experiente capitã Katie McCabe, do Arsenal, o plantel de jogadoras irlandesas que atuam em destaque no próprio país e na Liga inglesa tem se desenvolvido na última década. Contudo, os bons nomes ainda não haviam sido o suficiente para classificar a seleção da Irlanda nos principais torneios da modalidade. 

Após terminarem em segundo no Grupo A do qualificatório europeu, atrás apenas da Suécia, as irlandesas tiveram na repescagem continental a chance de tentar mudar o final da história que vinha se repetindo nas últimas classificatórias. Enfrentando a Escócia na decisão, a Irlanda carimbou o passaporte para a Oceania após vitória por 1×0, com direito a pênalti escocês defendido no tempo regulamentar.

Na fase de grupos, pelo grupo B, as Garotas de Verde medirão forças contra as donas da casa, Austrália, a Nigéria e a seleção canadense, atual campeã olímpica. 

Marrocos

Foto: CAFWomen/Reprodução

A classificação das Leoas do Atlas dá continuidade ao bom momento do futebol marroquino no cenário internacional.

Anfitriãs da Copa Africana de Nações Feminina em 2022, as marroquinas, participando da competição pela primeira vez em 22 anos, conduziram uma ótima campanha no torneio. Sob o comando técnico do experiente e vitorioso Reynald Pedros, ex-técnico do Lyon, as Leoas alcançaram a final do campeonato continental.

As donas da casa acabaram sendo derrotadas para a África do Sul na disputa final, contudo o resultado foi suficiente para garantir a presença marroquina na Copa do Mundo.  

A primeira nação árabe a disputar o Mundial Feminino fará sua estreia na competição contra a bicampeã do torneio, Alemanha. Pela fase de grupos também terá duelos contra a Colômbia e Coreia da Sul. 

Panamá

Foto: FIFA

Sexta representante da Concacaf na Copa de 2023, o Panamá ocupou a última vaga da competição com sua classificação inédita.

As panamenhas terminaram o torneio continental da Concacaf em terceiro lugar do grupo, ganhando uma chance na repescagem intercontinental do Mundial. Na partida decisiva, a seleção da América Central venceu o Paraguai por 2×1 e ficou com a vaga.

Pelo Grupo F, o Panamá fará sua primeira aparição em uma Copa Feminina justamente contra a Seleção Brasileira. Juntamente com o Brasil, as panamenhas terão como adversárias as seleções da França e da Jamaica.

Portugal

Foto: FIFA

Presente nas últimas duas edições da Eurocopa Feminina, a Seleção das Quinas está com a presença também confirmada na Oceania. 

Comandadas pelo técnico Francisco Neto desde 2014 a classificação coroou o desenvolvimento da equipe. E o caminho até a classificação foi longo. Foram treze jogos entre qualificatória europeia, repescagem continental e posteriormente intercontinental, o maior número de jogos disputados entre todas as classificadas. 

Tal como a campanha inteira, a confirmação da vaga não foi fácil. Pela repescagem intercontinental, na decisão final contra Camarões, o gol de empate da equipe africana perto do fim parecia complicar as coisas para a equipe lusitana. No entanto, o gol da vitória e da garantia da oportunidade na Copa veio através de um pênalti cobrado nos acréscimos pela seleção lusitana.

No Grupo E do Mundial, as portuguesas terão pela frente o também estreante Vietnã e as duas seleções que protagonizaram a final da Copa do Mundo Feminina de 2019, a campeã Estados Unidos e a vice Holanda.

Vietnã

Foto: FIFA/Reprodução

O Vietnã é mais uma nação asiática a estrear na Copa do Mundo de 2023. A participação recompensa a regularidade do futebol vietnamita no cenário continental.

Ao longo das últimas décadas sempre presentes na Copa da Ásia Feminina, a seleção do Vietnã figura entre as principais do continente. Nesse último ciclo, a equipe conquistou os Jogos do Sudeste Asiático (SEA Games) e terminou em quarto lugar no Campeonato Feminino do Sudeste Asiático de 2022.

A classificação das vietnamitas para a Copa do Mundo veio após o triunfo por 2 a 1 contra Taipé Chinês na repescagem continental.

O Vietnã também está no Grupo E ao lado de Portugal. E tem o desafio de encarar as duas finalistas da edição anterior, a Holanda e os Estados Unidos.

Zâmbia

Foto: Copper Queens/Twitter

Junto ao Marrocos, a Zâmbia é a outra estreante africana no Mundial desse ano.

Em destaque no cenário continental, a equipe das Copper Queens, como são chamadas, tem registrado participações regulares nas últimas edições da Copa Africana de Nações.

Nesse sentido, a seleção fez sua primeira aparição ao nível internacional nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, inclusive enfrentando a Seleção Brasileira. 

A vaga na Copa do Mundo se tornou realidade ao se classificarem entre as quatro melhores seleções da Copa Africana de Nações do ano passado.

Assim, na Oceania o país chegará para enfrentar a Espanha, Costa Rica e Japão, pelo Grupo C do Mundial.

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