A Copa do mundo do Catar mal acabou e já estamos nos preparando para outra: a nona edição da Copa do Mundo Fifa Feminina 2023. O torneio será disputado na Austrália e na Nova Zelândia, entre 20 de julho e 20 de agosto. A competição deste ano terá um novo formato, com 32 seleções, oito a mais do que em 2019, na França, se igualando a quantidade da competição masculina da última edição.
Pela primeira vez, a Oceania irá receber uma Copa do Mundo profissional. Os jogos acontecerão em 10 estádios, divididos em cinco cidades australianas (Sydney, Melbourne, Perth, Brisbane e Adelaide) e quatro neozelandesas (Auckland, Wellington, Dunedin e Hamilton).
O sorteio dos grupos já foi realizado e o Brasil está no Grupo F, junto com França, Jamaica e o vencedor do playoff C, que será disputado por Paraguai, Taiwan, Papua-Nova Guiné e Panamá em fevereiro. A estreia brasileira está marcada para o dia 24 de julho, contra o vencedor do playoff C, às 8h, no Hindmarsh Stadium. Confira os grupos abaixo:
O campeonato promete jogos de alto nível, muita competitividade e grande participação do público. Confira o que mais devemos esperar.
Seleção Brasileira
Em busca do primeiro título, a Seleção feminina chegará ao mundial embalada pela ótima campanha na Copa América, que garantiu o oitavo título à equipe. Atualmente o Brasil ocupa a 9ª posição no Ranking Feminino Mundial da Fifa e é a favorita da América do Sul.
Os bons números são resultados da intensa reformulação que a técnica Pia Sundhage comanda desde que chegou à equipe, em 2019. Com essa abordagem, Pia busca explorar opções de jogos e criar harmonia entre as jogadoras mais experientes e as mais jovens do grupo. Essa foi uma receita que deu certo na Copa América e é o que podemos esperar para o mundial.
O trabalho da equipe gerou resultados, na última quinta (12), a atacante Debinha foi uma das 14 indicadas ao Fifa The Best de melhor jogadora do mundo. A líder do grupo, Pia Sundhage, também está concorrendo entre as treinadoras.
Mas, mesmo com a boa fase, a técnica enfrenta alguns entraves que podem prejudicar o desenvolvimento do time. A principal jogadora da Seleção, Marta, está afastada dos gramados e se recupera de uma lesão no ligamento do joelho, que a afastou por parte da temporada. Além dela, jogadoras importantes como Luana, Erika e Angelina tiveram sérias lesões e estão se recuperando.
Antes do Mundial, o Brasil participará de outras duas competições, a She Believes Cup, de 13 a 22 de fevereiro, nos Estados Unidos, e a Finalíssima, dia 6 de abril, contra a Inglaterra, no confronto entre as campeãs Sul-Americana e Europeia. Serão jogos importantes visando a preparação para o Mundial.
Favoritas ao título
O Brasil ocupa lugar de destaque e se mostra competitivo no cenário sul-americano, mas está em uma prateleira abaixo das principais favoritas para o título mundial, e deve ficar de olho nelas.
Estados Unidos
Primeira colocada no ranking da Fifa, campeã em 1991, 1999, 2015 e 2019, a seleção estadunidense sempre aparece como favorita. Após o bronze nas Olimpíadas de Tóquio ano passado, o time vem em busca do pentacampeonato.
O destaque da seleção é a artilheira e Bola de Ouro de 2019, Megan Rapinoe, que com 37 anos, pode se despedir dos Mundiais esse ano. Jogando pela equipe também temos nomes de destaque como Alex Morgan, Sophia Smith e Mallory Pough.
Canadá
Campeã dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, a seleção do Canadá é uma das favoritas. A equipe conta com a experiente Christine Sinclair, de 40 anos, que também pode jogar a última Copa do Mundo de sua carreira na Austrália e Nova Zelândia.
Inglaterra
Outra potência do futebol feminino é a atual campeã da Eurocopa, Inglaterra.
A equipe conta com atletas de destaque, como a zagueira Millie Bright, conhecida pela força física e precisão. A atacante Fran Kirby também é um nome importante, atuando de forma ofensiva e decisiva em campo.
A seleção inglesa jogará sem Beth Mead, peça importante do time e destaque da Eurocopa. A jogadora está fora da competição devido à lesão no ligamento cruzado anterior que sofreu em jogo da Superliga Feminina, em novembro de 2022.
Alemanha
A atual vice-campeã da Euro, Alemanha, é uma das favoritas. A equipe já conquistou os títulos mundiais em 2003 e 2007 e conta com a experiência da artilheira Alexandra Popp, de 31 anos e de Lena Oberdorf, eleita a melhor jogadora jovem da Europa aos 21 anos.
Suécia
Vice-campeã olímpica em Tóquio 2020, e vice-campeã mundial em 2003, a Suécia tem um time consistente e busca o primeiro título de grande expressão.
Além das favoritas, outros países também demonstram aptidão para conquistar o título, como a vice-campeã de 2019, a França e a Espanha, que conta com a ganhadora de duas Bolas de Ouro, Alexia Putellas.
Estreantes
Das seleções que já garantiram vaga, cinco equipes são estreantes no torneio: Marrocos, Filipinas, Irlanda, Vietnã e Zâmbia.
O destaque vai para a equipe de Marrocos, que nunca tinha se classificado para um Campeonato Africano, e na primeira participação, chegou à final contra África do Sul, ficou em segundo lugar e garantiu a vaga para a Copa.
Já a seleção de Filipina conquistou um feito que nem a equipe masculina conseguiu: se classificar para uma Copa do Mundo. A equipe do técnico Alen Stajcic fez história na Copa Asiática de seleções Femininas em janeiro.
A Irlanda, que nunca havia participado de outra grande competição, irá debutar este ano na Copa. Sem participações na Eurocopa, a seleção tentou por várias vezes se classificar, até que sob o comando de Vera Pauw, na repescagem fora de casa sobre a Escócia, a equipe conseguiu uma vaga.
O Vietnã também veio da repescagem e ocupou a última vaga da Ásia para o Mundial. Com bons jogos, a equipe conseguiu o lugar de outras seleções que já participaram de Copas, como a Tailândia e o Taipé Chines.
A seleção da Zâmbia irá disputar o primeiro mundial da história. O time se destacou nas Olimpíadas de Tóquio em 2020, e apesar de não se classificar para a segunda fase, fez bons jogos e marcou sete gols em apenas três partidas.
Ingressos e transmissão
Nos últimos anos o futebol feminino quebrou vários recordes de público, e no mundial de 2023 deve seguir esse padrão.
Os ingressos estão disponíveis para compra no site da FIFA. As vendas são feitas por ordem de chegada e estão na segunda fase, indo até 3 de março de 2023, para todo o público em geral. Os valores são a partir de $40 dólares australianos/neozelandeses para adultos e $20 dólares australianos/neozelandeses para crianças. Saiba mais detalhes.
A transmissão no Brasil será feita pela Rede Globo, que fechou contrato com a FIFA, mas não possui exclusividade. Globo, SporTV e globoesporte.com irão transmitir todos os jogos da seleção. Nesta semana a LiveMode anunciou negociação com a FIFA, e também irá transmitir a Copa do Mundo de 2023.
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