Balanço: como chegam os times cariocas para a sexta rodada do Brasileirão Feminino

Fotos: CBF

O primeiro terço da fase classificatória do Brasileirão Feminino já passou e trouxe algumas surpresas para quem acompanhou. Em momentos distintos, os times cariocas iniciaram suas trajetórias entre altos e baixos, com Botafogo e Fluminense mostrando competitividade, e Flamengo com resultados negativos contra adversários diretos.

A sexta rodada começou nesta sexta-feira (19) e as três equipes do Rio de Janeiro vão encarar os chamados “jogos de seis pontos” para se afastar da zona do rebaixamento. O alvinegro está em décimo, com cinco pontos, e faz o clássico contra o tricolor, que está em 11º com quatro. Com a mesma pontuação, mas um saldo inferior, o rubro-negro é o primeiro fora do Z4, em 12º, e encara o Internacional, duas posições abaixo.

Botafogo

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O Botafogo é um time bem organizado taticamente e tem uma defesa alta, estando bem protegido nas bolas aéreas. Com preferência em sair jogando de pé em pé, as principais dificuldades apresentadas foram em momentos de marcação alta e pressão no campo defensivo, errando passes perigosos na intermediária ou buscando alternativa na ligação direta.

Por outro lado, é um time com jogadoras com boa visão de jogo pelo meio de campo e que podem criar chances de gol em associações pelos corredores laterais ou em bolas esticadas para suas atacantes entrarem em velocidade. Contudo, a equipe também peca na conclusão das jogadas, seja no último passe ou na finalização.

Nestas rodadas, foi possível ver um time que mescla experiência e juventude, novos e antigos nomes. Os reforços que mais começaram na equipe titular foram Michelle, Jordana, Bárbara e Nathane. Entre as veteranas, Karen, Chai, Driely e Kelen, que chegaram em 2020 e são bicampeãs estaduais. Para completar, Nalon – zagueira titular -, Duda Basílio, Japa. Vânia e Kewllen são as crias da base utilizadas até o momento.

Importante pontuar que a montagem do elenco foi pensada pela comissão liderada por Jorge Barcellos, mas o treinador deixou o clube antes da pausa para a Data FIFA e foi para o Internacional. Atualmente, quem ocupa o cargo é Leo Goulart, que subiu interinamente do sub-20 e estreou no profissional diante do São Paulo. Sob o seu comando, a base botafoguense foi vice-campeã da Copinha 2024 e campeã da Copa Rio da categoria em 2023.

Flamengo

Reprodução/CBF

A montagem pesada do elenco rubro-negro colocou mais expectativa sobre o desempenho do time. Para se juntar à Darlene, Duda e Crivelari, o Fla foi ao mercado por Djenifer, Gláucia, Naná, Sorriso, Gabi Barbieri e ninguém menos que Cristiane. Estes reforços estrelados já estão dando frutos: o Flamengo tem o quarto melhor ataque do campeonato, com dez gols.

No entanto, parece haver um desequilíbrio em campo. Isso porque enquanto o setor ofensivo produz muito, o defensivo está vulnerável em excesso. Com 12 gols sofridos, possui a terceira pior defesa, atrás apenas de Galo e Avaí Kindermann.

É verdade que o Flamengo teve confrontos duros nas primeiras rodadas, mas a fragilidade apresentada é alarmante. Na parte da frente, o time parece contar mais com o talento individual e a inteligência de suas jogadoras (sobretudo Darlene e Cris, por quem passam as principais jogadas) do que com um jogo coletivo.

Nas últimas duas rodadas, embora tenha somado quatro pontos, mostrou dificuldades de impor sua superioridade técnica. Contra as mineiras, por pouco não sofreu o gol que adiaria a primeira vitória. Depois, contra o Massa Bruta, conseguiu arrancar o empate somente nos minutos finais após a marcação de um pênalti.

Cabe lembrar que, conforme informado pela ex-jogadora Fran em seu canal do Youtube, há uma insatisfação por parte de algumas atletas em relação ao trabalho de Mauricio Salgado. Ela relatou reclamações sobre a duração dos treinamentos e das preleções.

Fluminense

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O elenco tricolor, vice-campeão da A2 em 2023, recebeu reforços importantes nesta temporada. Para fortalecer a equipe, contratou cerca de dez jogadoras e manteve uma base do time que jogava ano passado.

As principais peças remanescentes são Amanda Coimbra, Gislaine, Flavia Gil, Claudinha, Carol Firmino e Annaysa (artilheira do time). Dos reforços, Karina é opção pela lateral direita, Pini e Camila Cristina pelo meio, e Cacau, Carla Nunes, Kamilla, Mileninha e Naiane se encarregam do setor ofensivo.

O time gosta de uma saída de bola construída desde a goleira, que tem bom fundamento. Sob pressão, aproveita o bom passe de suas defensoras para desafogar na velocidade de suas laterais e pontas. Sem a posse, o Flu muitas vezes adota uma marcação alta, pressionando a defesa adversária com suas atacantes.

Embora tenha mostrado competitividade e vigor físico, deixou escapar oportunidades valiosas de pontuar. Na última rodada, diante da Ferroviária, vencia por 1 a 0 até os 34 do segundo tempo, quando sofreu o empate e depois a virada aos 44. Já contra o São Paulo, desperdiçou um pênalti que empataria uma partida que se desenhava a seu favor e antes, contra o Grêmio, os erros na saída de bola foram decisivos para as gaúchas abrirem 3 a 0 ainda na primeira etapa.

Um fator que pode prejudicar o Fluminense é a ausência da meia Carol, que está servindo a Seleção Sub-20 no Sul-Americano da categoria – ela pode ficar fora até a 10 rodada. Com muita técnica e uma bola parada precisa, a camisa 10 é uma das principais peças do elenco, sendo uma facilitadora do jogo e encontrando bons passes para quebrar linhas.

Advogada, jornalista, carioca e apaixonada por música, anime e, claro, pelo futebol de mulheres. Cubro a modalidade desde 2020 e aqui no Fut das Minas desde o início de 2024. Nunca é só futebol!
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