A estrela celeste busca classificação histórica na segunda divisão do Campeonato Brasileiro Feminino
Por Juliana Lima
Localizado na região metropolitana de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, o Cruzeiro de Macaíba carrega em sua história o selo de pioneirismo. Foi o primeiro time brasileiro a receber esse nome, já que o seu “xará” de Minas Gerais quando foi fundado, no ano de 1937, recebeu o nome de Società Sportiva Palestra Italia e só em 1942 ganhou o nome de Cruzeiro, após decreto-lei de 30 de janeiro desse mesmo ano, onde o presidente Getúlio Vargas proibiu o uso de nomes que se referiam às nações inimigas (Itália, Alemanha e Japão). Diferente do celeste mineiro, conhecido mundialmente por seus títulos e por ser considerado um dos maiores clubes brasileiros, o time macaibense ainda vive momentos de ascensão no futebol.
A equipe também foi a primeira a representar o Rio Grande do Norte no Campeonato Brasileiro. Essa será a segunda participação das celestes na série A2, após eliminar o rival União em uma disputa de pênaltis na final do Campeonato Potiguar no ano passado. A primeira participação também aconteceu em 2019. As potiguares terminaram em quarto lugar do grupo 3, caindo ainda na primeira fase. Já em 2020 a esperança é ir além. O maior objetivo do time de Macaíba é conseguir passar da primeira etapa, e então, pensar em voos mais altos. Para isso, o Cruzeiro conta com uma comissão técnica experiente. Além de ter o retorno do treinador Bernardes Filho ao comando da equipe, também conta com uma diretoria renovada que promete trazer novidades ao Clube.
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As expectativas são as melhores, já que algumas contratações foram feitas para reforçar o time e desse modo chegar com uma equipe mais competitiva no brasileiro, com destaque para a pernambucana Nadine (atacante), que em 2019 jogou pela equipe do Náutico e marcou os três gols no empate com a equipe celeste.
Apesar de novas contratações, a grande parte das jogadoras do elenco principal são potiguares. Um dos destaques é a meio campista Clara, natural de Lajes (RN), que foi capitã da equipe em 2019 e uma peça chave para a boa campanha do clube. Esse ano o Cruzeiro está no grupo C junto com Auto Esporte (PB), Bahia (BA), Sport (PE), Náutico (PE) e UDA (AL). A equipe disputará três de seus cinco jogos fora de casa, e dois na Arena das Dunas em Natal (RN). As celestes irão estrear a competição contra o Sport no dia 15 de março, em Recife.
Longe do Profissionalismo
Ainda que apresente um elenco com qualidade técnica e bom futebol, a equipe ainda é considerada amadora, pois a grande maioria das atletas não recebem salários e muitas vezes necessitam de ajuda de custo no transporte para conseguir chegar aos treinos. A comissão também é formada em sua maioria por voluntários que unem o amor pelo futebol com a vontade de fazer o clube crescer e se profissionalizar.
Além disso, a equipe também sofre com a falta de investimentos e captação de patrocínios, além do apoio da própria Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF), que com o atraso recorrente do calendário das competições locais, prejudica e muito o planejamento do time. Esse último ponto já faz parte da rotina não só do celeste, mas também de todos os outros clubes de futebol feminino que disputam o campeonato estadual no Rio Grande do Norte. A continuidade não existe, muitos dos times são formados poucos meses antes da competição por não conseguirem se manter financeiramente o ano todo.
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Para o Brasileirão desse ano, o time de Macaíba conta com algumas parcerias de empresas do estado e a cota que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) disponibiliza aos clubes para ajudar nas despesas das viagens. Só na primeira fase da competição serão 3 jogos como visitantes, e muitos gastos de logística e preparação. Por enquanto Cruzeiro não recebeu nenhum apoio financeiro da FNF. Enquanto a ajuda não chega, a nova diretoria precisa correr atrás e buscar estratégias para manter o clube bem financeiramente, e assim conseguir atingir seu principal objetivo.