No último sábado (29), Grêmio e Cruzeiro se enfrentaram pela Série A1 do Campeonato Brasileiro. Mas, o que parece ter sido apenas uma classificatória comum tem muita história por trás: foi a primeira vez que o Estádio Mineirão, o maior Estádio de Minas Gerais, recebeu uma partida do Brasileirão Feminino em seus gramados.
Por Isadora Rabelo
Nas Olimpíadas do Rio em 2016, a Seleção Brasileira Feminina garantiu o maior público do ano no Mineirão. De acordo com o comitê organizador do evento, 52.660 pessoas compareceram para assistir a partida. Mas, foi só mais tarde, em 2019, que o Futebol Feminino voltou a ser pauta dentro do Estádio.
Em 2019, América MG e Atlético MG fizeram o primeiro clássico da história do Mineirão. Mais tarde, no mesmo ano, o Gigante da Pampulha virou assunto quando a Federação Mineira de Futebol (FMF) prometeu realizar a final do Campeonato Mineiro em seus gramados mas acabou realocando o jogo. O resultado? Uma onda de manifestações com a hashtag #palcodegigantes, inspiradas pela final do Paulistão que aconteceu no Morumbi.
O Estádio, por sua vez, parece ter “comprado a ideia” de ajudar o futebol feminino em Minas Gerais. Depois da mobilização em prol dos campeonatos Mineiro e Brasileiro nas redes sociais, o Mineirão realizou o primeiro Derby da Imprensa feminino, além de criar a campanha #repense, promovendo ações e visitas voltadas para o público feminino. Na partida CRUxGRE desse fim de semana, o Mineirão formou um Núcleo de Trabalho voltado exclusivamente à uma cobertura 360º da partida.
Além de um marco histórico, o jogo foi palco de momentos emocionantes, como por exemplo, os protestos anti racistas e em favor do movimento Black Lives Matter, em português, Vidas negras importam.
Mesmo com a ausência de público em razão da pandemia do Coronavírus e com a derrota em casa, o Cruzeiro pode ter dado um dos passos mais importantes para o futebol feminino em Minas Gerais: jogar na “segunda casa” dos mineiros.