Conheça a Seleção da Nigéria, primeira adversária do Brasil nos Jogos Olímpicos

A Nigéria é o primeiro adversário da seleção Brasileira na Olimpíada de Paris
A Nigéria é a primeira adversária da Seleção Brasileira na Olimpíada de Paris. Foto: Redes sociais

A Olimpíada de Paris 2024 marca a quarta participação da Seleção feminina de futebol da Nigéria no torneio. A primeira vez que disputou os Jogos foi em 2000, quando terminou em último no grupo sem vencer nenhuma partida.

Faz três edições que a Nigéria não participa dos Jogos Olímpicos. Ou seja, muitas das atletas que vão para a competição terão a experiência pela primeira vez. Por outro lado, a Seleção vem de uma boa Copa do Mundo.

No Mundial de 2023, se classificou em segundo no grupo com Austrália, Canadá e Irlanda. Foi eliminada nas oitavas de final na disputa de pênaltis contra a Inglaterra, após o tempo regulamentar da partida terminar em 0x0.

Na classificação para o torneio olímpico de 2024, a Nigéria enfrentou a Etiópia, goleando por 5×1 em dois jogos, Camarões, que venceu por 1×0 no agregado, e a África do Sul, que ganhou por 1×0. Após esses compromissos, a seleção não participou de nenhum amistoso.

A seleção aposta no talento individual de suas atletas, no poderio ofensivo, na rápida recomposição do time e na sua defesa organizada. Nos últimos anos têm sido a seleção africana de maior destaque do continente. O problema é que confia demais na individualidade de suas atletas e o técnico Randy Waldrum não explora muito o meio de campo, que tem potencial para ser mais criativo e veloz.

Conheça a seleção da Nigéria, a primeira adversária do Brasil na Olimpíada de Paris.

Convocadas da Nigéria

A lista com as 18 atletas mais quatro suplentes para a Olimpíada de Paris foi divulgada no início de julho. A maioria das jogadoras defende clubes da NWSL (5) e da liga espanhola (4).

  • Goleiras: Chiamaka Nnadozie – Paris FC; Tochukwu Oluehi – Eastern Flames
  • Defensoras: Christy Ucheibe – Benfica; Demehin Blessing – Stade de Reims; Osinachi Ohale – Pachuca; Chidinma Okeke – Hapoel Berr Sheva
  • Meio-campistas: Deborah Abiodun – sem clube; Halimatu Ayinde – FC Rosengard; Onyi Echegini – Juventus
  • Atacantes: Chinonyerem Macleans – Locomotiv; Esther Okoronkwo – Tenerife; Asisat Oshoala – Bay FC; Chinwendu Ihezuo – Pachuca; Uchenna Kanu – Racing Louisville; Michelle Alozie – Houston Dash; Toni Payne – Sevilla; Rasheedat Ajibade – Atlético de Madrid; Nicole Payne – Portland Thorns.
  • Suplentes: Jumoke Alani – Nasawara Amazons; Ifeoma Onumanu – Utah Royals; Gift Monday – Tenerife; Marufa Ademola – Rivers Angels.

No dia quatro de julho, a Nigéria divulgou que a meia Halimatu Ayinde se machucou durante um treinamento com sua equipe, o Rosengard, e está fora da Olimpíada. A atacante Ifeoma Onumonu, da lista de suplentes, foi chamada no lugar.

Para ficar de olho

Asisat Oshoala – Bay FC

a atacante de 29 anos é a estrela do time e foi a primeira mulher africana a ser indicada ao prêmio The Best, da FIFA. Sua carreira teve início em seu país natal e foi vestindo a camisa da seleção que se destacou. Em 2012, aos 17 anos, disputou o Mundial sub-20, em que a Nigéria terminou em quarto lugar.

Asisat Oshoala é uma das jogadoras de maior destaque mundial. Foto: Redes sociais

Em 2014 passou a atuar como atacante, disputou o Mundial sub-20, quando a seleção terminou em segundo lugar, foi a artilheira da competição com sete gols e eleita a melhor jogadora do torneio. A partir daí entrou na rota dos grandes clubes europeus, passando por Liverpool, Arsenal e Barcelona. Oshoala ficou quase seis temporadas na equipe catalã, onde conquistou três Champions League, cinco títulos da La Liga, quatro Copas da Rainha e quatro Supercopas. Em 2024, a jogadora se transferiu para o Bay FC, novo time da NWSL.

A jogadora é inteligente, preenche bem os espaços deixados pelos adversários, é veloz e tem faro de gol. Em 25 jogos com a Seleção da Nigéria marcou 12 vezes.

Michelle Alozie – Houston Dash

A jogadora de 27 anos iniciou no futebol universitário dos Estados Unidos. Desde então se destacou como uma aleta polivalente, podendo jogar como atacante ou lateral. Pelo Houston, Alozie atua mais no ataque, enquanto pela seleção faz um trabalho mais defensivo na lateral direita.

Michelle Alozie na Copa do Mundo 2023 | Back Sports Reprodução

A jogadora teve suas primeiras oportunidades com a seleção em 2022, na Copa de Nações Africanas, depois esteve na campanha da Copa do Mundo de 2023 e tem sido convocada regularmente pelo técnico Randy Waldrum.

Chiamaka Nnadozie – Paris FC

A jovem goleira de 23 anos ganhou os holofotes na Copa do Mundo de 2023 após defender um pênalti da canadense Christine Sinclair. Antes, na Copa de 2019, Nnadozie esteve entre os destaques da seleção que se classificou pela primeira vez para a segunda fase da competição. Ela é uma atleta que se mantém constante e em alto nível, uma das peças de confiança de Waldrum.

Nnadozie, na Copa do Mundo de 2023, defendendo o pênalti de Christine Sinclair.

A atleta começou sua carreira no Rivers Angels e se transferiu para o Paris FC com 19 anos. Nnadozie também foi um dos destaques na campanha histórica do Paris FC na Champions League 2023/24. A equipe se classificou em primeiro no grupo C, eliminou o BK Häcken FF nas quartas de final, mas caiu para o Lyon na semifinal.

Técnico: Randy Waldrum

Randy Waldrum é um técnico estadunidense de 67 anos. Começou a carreira treinando times do futebol universitário dos Estados Unidos, depois migrou para a NWSL, comandou a seleção de Trinidad e Tobago durante dois anos e assumiu a Nigéria em 2020.

Waldrum não acompanhou a seleção no primeiro jogo das classificatórias para a Olimpíada.

Com a equipe ainda não teve resultados expressivos. A seleção não se classificou para a Olimpíada de Tóquio, em 2020, e foi eliminada na semifinal da Copa Africana de Nações, em 2022. Na Copa do Mundo de 2023, teve um resultado positivo, chegando até as oitavas de final.

No entanto, após a eliminação na Copa, Justin Madugu assumiu interinamente o comando da Nigéria. O novo treinador deu início a campanha classificatória para os Jogos Olímpicos e para a Copa Africana de Nações Feminina de 2024.

Waldrum retornou ao comando da equipe na partida contra Camarões pelas classificatórias. Sua demissão não chegou a ser oficializada pela Federação Nigeriana de Futebol.

Nigéria nos Jogos Olímpicos

A estreia da Seleção Nigeriana foi em 2000. Foi a primeira seleção africana de futebol feminino a participar dos Jogos Olímpicos. Na época, a Nigéria não venceu nenhuma partida e terminou em último no grupo com Noruega, Estados Unidos e China.

Sua segunda participação aconteceu em 2004. Neste ano, a Nigéria se classificou em segundo, devido ao saldo de gols, em um grupo com Suécia e Japão. Mas caiu nas quartas de final ao ser derrotada pela Alemanha por 2×1.

Em 2008, não avançou da fase de grupos e não venceu nenhuma partida. Nas três edições seguintes, a Nigéria não se classificou para os Jogos Olímpicos, voltando para a competição em 2024.

Jogos da Nigéria na Olimpíada de Paris

25/07 – 14h – Nigéria x Brasil

27/07 – 14h – Espanha x Nigéria

31/07 – 12h – Japão x Nigéria

Jornalista formada na Universidade Federal de Santa Catarina. É apaixonada por esportes, especialmente o futebol feminino, e livros.
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