Oito jogadoras, um sonho e 20 quilos de cuscuz: a presença do Nordeste na Seleção Feminina 

A Seleção Feminina desembarcou na Austrália com uma boa dose de alegria, confiança, união e cuscuz! Foram mais de 20 quilos da iguaria nordestina, que se tornou indispensável na rotina de alimentação das brasileiras. 

Esse sentimento, quase que unânime, pelo alimento amarelinho faz parte de uma originalidade encontrada no Nordeste do país. Quem sabe disso é Marta (Dois Riachos – AL), Geyse (Maragogi-AL), Rafaelle (Cipó-BA), Ary Borges (São Luís-MA), Camila (São Luís-MA), Adriana (União-PI), Antônia (Pau dos Ferros-RN), Bárbara (Recife-PE): as oito jogadoras representantes da região e que assim como o alimento é dotada de versatilidade. 

O Nordeste foi a segunda região com mais atletas convocadas pela técnica sueca Pia Sundhage, para a disputa da Copa do Mundo Feminina deste ano, na Austrália e na Nova Zelândia. O destaque ficou para o Sudeste com 12 jogadoras na lista, sendo São Paulo, o estado com mais representantes, foram oito. Já o Norte foi a única região que não teve atletas convocadas para a competição.

Participação na Era Pia

Juntas, o grupo de nordestinas soma 103 convocações para vestir a amarelinha em 247 jogos na Era Pia. Com o manto, já marcou mais de 40 gols em mais de 12 mil minutos em campo. 

Mas assistir ao Nordeste chegar ao topo é regra ou exceção? 

Afinal, o maior campeonato do Brasil é predominantemente dominado por times de São Paulo. Em 2022, a edição do Brasileirão A1 não teve participações de times da região. A mais recente, no entanto, contou com Bahia e Ceará no torneio – os dois foram rebaixados – esse último, inclusive, foi alvo de críticas no seu modelo de gestão. 

Ao mesmo tempo, a região é uma fonte de talentos no país e no mundo, tendo Formiga, Marta e Sissi como referências na modalidade. Além da habilidade em campo, os estados nordestinos concentram trabalhos profissionais desenvolvidos em clubes como ABC/União, do Rio Grande do Norte, e na União Desportiva Alagoana (UDA), de Alagoas. As duas equipes que muitas vezes não contam com o apoio necessário, no entanto, conseguem gerir a modalidade oferecendo boas condições fora de campo, conquistando bons resultados dentro de campo.  

O ponto é que os cinco estados precisam do olhar atento das federações e clubes que os compõem para administrar o futebol feminino com mais profissionalização, investimento e assim, não criar questionamentos. “Vemos que a Bahia é um celeiro de atletas. Infelizmente, ainda temos muito a desenvolver. Se comparar o futebol baiano ao paulista, por exemplo, tem muita diferença”, disse a zagueira Rafaelle em entrevista ao portal Bahia Notícias.  

O fato é que “Ninguém vive sem cuscuz”, como disse Antônia em uma publicação nas redes sociais. E seu tempero, assim como os de nossas atletas nordestinas, tem conquistado cada vez mais o mundo e agora vão em busca da primeira estrela. 

Quando vamos assisti-las em campo?


A seleção brasileira se prepara para buscar o título inédito do Mundial feminino. As comandadas por Pia Sundhage estreiam na Copa do Mundo no dia 24 deste mês, contra o Panamá, em Adelaide, em partida pelo Grupo F, que também tem França e Jamaica.

Diretamente da Bahêa, filha de Iemanjá e jornalista esportiva em ascensão. Faço do futebol meu carnaval em tempo integral. Leonina, simpatizante das câmeras, curto um pagodinho e samba de roda. Estou sempre praticando e falando de esportes. Ou trabalhando, mas não necessariamente com esportes. Ah, eu simplesmente não tenho ideia de como relaxar!
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